Páginas

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mulher, muito a fazer ainda...

Depois de ler uma reportagem sobre a iraniana que nosso presidente ofereceu asilo, fiquei mega pensativa sobre a situação das mulheres no mundo e, claro, fui me informar. Cheguei a conclusão de que sou uma pessoa sortuda em nascer na época atual e no local onde nasci, sendo mulher...

No Brasil, há um século atrás, não tínhamos nem direito de votar... Só nos foi permitido direito ao estudo em 1827 quando uma lei instituiu o ensino primário para o sexo feminino, com curriculo para o aprendizado da economia doméstica, costura, decoração e pintura, excluindo a geometria e a aritmética. Em 1877 as primeiras mulheres começaram a exercer a medicina em Salvador (estudaram em outros paises) mesmo sem o reconhecimento da Academia. Em 1879 as mulheres começaram a terem acesso a cursos superiores, embora sem exerceren as carreiras medica e jurídica.

As Constituições brasileiras, desde 1824, dispõem sobre o princípio da igualdade mas até 1934 as Constituições tão somente afirmavam, de forma genérica, o princípio da igualdade de todos perante a lei, sem, contudo, citar expressamente a proibição da discriminação em função do sexo.

Em 1934, pela primeira vez, o constituinte se ocupa da situação jurídica da mulher de forma a proibir distinções ou privilégios em razão do sexo. A Carta de 1937 em flagrante retrocesso suprime a referência expressa à igualdade jurídica dos sexos, retornando a formula genérica das Constituições promulgadas no século anterior. Na Constituição de 1946 o legislador apenas reproduziu o texto anterior.

Podemos dizer que a partir da Constituição de 1967 começou a firmar-se a igualdade jurídica entre homens e mulheres. Por fim, a Magna Carta de 1988 igualou, definitivamente, homens e mulheres em direitos e obrigações. A boa hermenêutica recomenda que qualquer norma que contrarie esta igualdade deva ser declarada inconstitucional.

No mundo, de forma geral:
A violência doméstica é a principal causa de lesões em mulheres entre 15 e 44 anos;
20% das mulheres do mundo foram vítimas de abuso sexual na infância;
69% das mulheres já foram agredidas ou violadas;
Nos países em desenvolvimento, as carências em saúde reprodutiva fazem que a cada 48 partos uma mãe morra.
70% das mulheres vivem em situação de miséria absoluta, cumprem carga horária 13% superior à cumprida pelos homens e recebem, em média, 25% menos.
Dois terços dos analfabetos do mundo são do sexo feminino e 80% dos refugiados são mulheres e crianças.
Mulheres africanas têm 175 mais chances de morrer durante o parto do que as mulheres dos países desenvolvidos, segundo relatório de três agências da ONU, de outubro de 2003.
Sexo frágil? No Brasil a expectativa de vida dos homens é de 65,1 anos e das mulheres de 72,9;
Segundo a Anistia Internacional, em relatório divulgado em 05/03/2004, mais de um bilhão de mulheres no mundo - uma em cada três - foi espancada, forçada a manter relações sexuais ou sofreu outro tipo de abuso, quase sempre cometido por amigo ou parente.
VOCÊ ACHA QUE ACABOU?

Segundo a Veja, no Islamismo, as as mulheres têm de viver trancafiadas e cobertas por véus, em pleno século XXI... "Um 'infiel' pode se converter e se livrar da inferioridade que o separa dos 'fiéis'. Já a inferioridade da mulher é imutável". Leia mais AQUI...

Há ainda muitas lutas pela frente, muitas batalhas a serem vencidas, muita dignidade a ser conquistada mas não podemos perder nunca nossa feminilidade, nossa ternura e nossa humanidade. Direitos iguais para todos, homens e mulheres!

Fontes para este post: Veja, Mundo Desigual, Pai Legal e Pensar Grande

Nenhum comentário: