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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

As Pessoas Precisam Mudar...

Quem nunca pegou um ônibus ou entrou no metrô e já se deparou com os dizeres: "Assento reservado para o uso de gestantes, mulheres portando bebês ou crianças de colo, idosos e deficientes físicos. Ausentes pessoas nessas condições, o uso é livre" ? Os chamados "assentos preferenciais" estão previstos em lei (10.012, 13/12/1985) em São Paulo e em inúmeras cidades do Brasil, entretanto, sabemos que nem todo mundo segue à risca essa lei e convivemos diariamente com situações de desrespeito.

Em 2004 eu sofri um acidente caseiro: após acordar, desci para tomar café e, devido a uma mistura de sono + distração, chutei uma barra de ferro e quebrei o Quarto Pododactilo do pé direito (quarto dedo do pé contanto a partir do dedão). Levei 1 mês e meio para me recuperar e precisei, durante esse período, utilizar do transporte público... Foi catastrófico!

No final de semana retrazado (05 e 06/02) eu sofri outro acidente caseiro: uma forma de vidro (Marinex) deslizou pelo escorredor, bateu na parede e quebrou, eu tentei pegá-la mas não havia visto que a mesma já havia quebrado antes de ir ao chão... Foi tudo extremamente rápido, cortei meu dedinho e, no reflexo de me colocar na frente para evitar o tombo do vidro, levei vários cortes e perdi um pedaço da região da perna que fica acima da canela... Não senti dor nenhuma porque fiquei preocupada com minhas doguinhas que estavam na cozinha, uma delas podia passar na gradinha e se cortar mais do que eu... Bateu o desespero! Por fim, meu pai e meu namorado limparam a cozinha dos cacos e eu acabei fazendo meu curativo porque só eu tinha coragem de mexer... Foi feio!

Na segunda-feira (07/02) eu fui trabalhar... Não tinha como faltar! Consegui carona para ir, porém para voltar para casa só mesmo com transporte público... Até aí, sem problema. Saí uma hora depois do meu horário e havia lugar no ônibus. Os outros dias, para ir ao trabalho, foram mega cruéis e continuam sendo...

Mesmo antes do primeiro acidente, sempre que eu via alguém que precisasse de lugar, eu me levantava e cedia o meu. Sempre! E mesmo agora, não podendo fazer esforço porque meu pé fica mega inchado e dolorido quando volto para casa, eu continuo cedendo meu lugar a quem precisa. Não sentava nos assentos preferenciais mas infelizmente sou obrigada a sentar agora, quando consigo... E não, não posso ficar em casa, tenho que trabalhar e tenho horário como todo mundo.

Na Barra Funda tem um serviço de vagão preferencial das 16h às 19:30h onde pessoas que se encaixam no perfil de usuárias de assentos preferenciais são liberadas para usá-lo e tem direito de levar um acompanhante. Pois bem, por duas vezes que eu usei pude verificar que, as pessoas que precisam, ficam em pé e os acompanhantes saudáveis, que são mais rápidos (obviamente), ficam sentados... Ou seja: SERVIÇO FAIL! Eu estou andando com uma bengala, pé inchado e curativo visíveis, nenhuma vez alguém se levantou para eu me sentar ali, muito menos para algum idoso que estava em pé... Bonito o acompanhante lá, sentadão, folgadão no vagão preferencial com pessoas que teriam direito de se sentarem, em pé... E o povo finge que não vê!

Todos os dias, mesmo eu chegando próximo a um assento preferencial com uma pessoa saudável sentada, não é garantia de que ela vai ceder o lugar... Isso tanto no ônibus quanto no metrô. 98% das pessoas fingem que não me vêem (1,82m de altura). Já para os idosos e para as mulheres grávidas ou com criança de colo, o pessoal respeita mais... mas não é garantido! Tem muita gente que não se levanta mesmo... Se um idoso ficar em um lugar que não tem assento preferencial, PIOROU! As pessoas não dão lugar, elas leêm livros, dormem e ignoram a visão ao seu redor.


As pessoas não tem mais respeito, consciência, solidariedade, humanidade... É cada um por si e sai da frente senão eu te empurro ou passo por cima...

É triste, revoltante mas deve partir da consciência de cada um, que antes de assentos amarelos, azuis ou cinzas, TODO assento é preferencial e um dia, também gostaremos de poder usufruir não de privilégios (como alguns pensam), mas de direitos básicos de quem também faz parte da sociedade, não importa idade, deficiência ou outros fatores. Hoje sou eu, o idoso ou a mulher grávida precisando se sentar e ninguém cede lugar, amanhã pode ser você!

4 comentários:

Sandro Ataliba disse...

Eu também sempre me revoltei com essa situação. Já levantei a voz algumas vezes, ao ver idosos ou grávidas em pé, enquanto os abusados permaneciam sentados. Já batei boca com passageiros, que simplesmente pensam ter direito a tudo e nenhum dever.

Este é mais um dos fatores diários da cidade grande que eu não sinto a mínima falta hoje em dia.

Melhoras para seus ferimentos, e melhor sorte nas próximas viagens.

Beijo!

Thaís Alves disse...

Nossa Ana, que situação chata! Sempre levantei para idosos e etc, embora nunca tenha entendido a necessidade deles irem e virem nos horários de pico, quando têm todos os outros horários para resolver o que for. Imagina... vc está de férias e resolve que o horário que os transportes estão mais cheios e o trânsito mais engarrafado é a melhor hora pra sair? Não entendo...rs Mas nada justifica não ceder lugar para estas pessoas. Senti na pele isso quando estive grávida. A desculpa dos mal-educados é que gravidez não é doença. Mas carregar aquela barriga não é fácil. Além disso, mesmo quando não há barriga, há um mal estar constante e um cansaço que domina o corpo. Mesmo assim as grávidas trabalham o dia inteiro e, claro, não conseguem lugar no ônibus, porque o povo não tem educação. Revoltante mesmo! Imagina só se vão dar lugar pq vc tá machucada... Melhoras, Ana! Fique boa logo e não precise mais desta bando de inúteis dos coletivos! Beijos, querida.

Anônimo disse...

Aqui no interior é diferente, só tem ônibus, os assentos especiais ficam pra frente da roleta, mas tem muito neguinho folgado de seus 20 e poucos anos, q olham pra trás da roleta e vê q não tem lugar sobrando e fica lá pela frente mesmo, largando velhinhos, grávidas, gente de muleta em pé...
Pior q ninguém fala nada, nem os cobradores, q deveriam ter essa obrigação...
Outro dia vi uma matéria no Fantástico, de uma mulher q sentou o braço numa piriguete folgada q tava no vagão especial do metrô, sentadona, enqto velhos, cegos, mulher com criança de colo, lá em pézão!!!
Adorei, faria o mesmo, mas sempre vem os certinhos falando q a mulher q agrediu a vagabunda tava errada, todo mundo no metrô pedindo pra vadia sair e ela se sentindo a rainha da cocada preta??? Tem é q mais sentar o braço!!!
Bjão!!!

Unknown disse...

Muita gente esquece que esses espaços reservados servirão para elas no futuro. Todo mundo quer respeito, mas muita gente esquece de respeitar. Certas atitudes envergonham.
Bjos