Páginas

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Quem é o seu amante?

"Muitas pessoas tem um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não tem, e as que tinham e perderam".
Geralmente, são essas últimas que vem ao meu consultório, para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia, pessimismo, crises de choro, dores etc.
Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre.
Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.
Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: "Depressão", além da inevitável receita do anti-depressivo do momento.
Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum anti-depressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!!!
É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho.
Há as que pensam:
"Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas"?!
Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais.
Aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte:
"AMANTE" é aquilo que nos "apaixona", é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono, é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.
O nosso "AMANTE" é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta.
É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.
Às vezes encontramos o nosso "AMANTE" em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis.
Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto....
Enfim, é "alguém!" ou "algo" que nos faz "namorar a vida" e nos afasta do triste destino de "ir levando"...
E o que é "ir levando"?
Ir levando é ter medo de viver. É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.
Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão, de que talvez possamos realizar algo amanhã*.
Por favor, não se contente com "ir levando"; procure um amante, seja também um amante e um protagonista... DA SUA VIDA!
Acredite: O trágico não é morrer, afinal a morte tem boa memória, e nunca se esqueceu de ninguém. O trágico é desistir de viver...
Por isso, e sem mais delongas, procure um amante...
A psicologia após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental:
"PARA ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA".
(Jorge Bucay - Psicólogo)

Eu achei esse texto perfeito! Quantas pessoas eu vejo por aí que não tem mais um sentido para viver... Que não sonham mais, não visualizam um futuro, não têm pelo que lutar...
Pessoas que vão morrendo aos poucos, se entregando ao nada, à depressão, à solidão... Não que seja fácil encontrar um sentido. Não é! Mas é mais fácil e prazeroso do que desistir de viver.
Que todos encontrem seus "AMANTES".

3 comentários:

Thaís Alves disse...

Sempre comento com o Sandro sobre isso. Meu tempo de luto por qualquer perda é pequeno. Seja a morte de um ente querido, seja o fim de amor, seja o final de uma amizade... Não porque os fatos não tenham importância, e nem porque certas pessoas não serão sempre lembradas e queridas, mas porque se eu estou viva, significa continuar. E continuar é viver em seu sentido pleno, e não simplesmente existir. Já pensei por um tempo, que meu "amante" teria que ser eu mesma, mas isso me faria insensível e eu enjoaria de mim. Já pensei que meu amante teria que ser meu parceiro (e hoje, é, sem dúvida, mas sem ter esta responsabilidade), mas seria um peso muito grande para uma pessoa só, ser responsável pela felicidade da outra. Então decidi que meu amante é a própria vida. Em todas as suas faces. Qdo ela me traz dias lindos com meu amor, meus amigos, minha família e quando ela me traz dias vazios como os dias depois que perdi alguém, por exemplo. Porque nos dias felizes a vida encanta e no dias tristes, a vida ensina. Meu amante é a vida, e por isso, sempre vou me levantar, por amor a arte de viver, de cair, levantar, aprender e compartilhar. Belo texto. Beijos

Unknown disse...

Menina, não conhecia seu blog.
Gostei e vou virar "freguesa". Só não se espante porque não sou muito de comentar, tá?
Beijos

DO disse...

Oi ,Ana

Passando pra te convidar pra uma pequena comemoração hj la no RAMSES.

Beijo!